6.05.2011

“Paulo, Apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus...”[1]

“Paulo, Apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus...”[1]

As fontes existentes sobre a vida de Paulo são escassas. Através dos Actos de Apóstolos é possível obter alguns dados sobre a sua vida e viagens, assim como nas suas cartas se podem retirar algumas informações autobiográficas. No entanto, ambas as fontes apresentam elementos diferentes, o que poderá levar a por em duvida algumas das informações obtidas.

Paulo, apóstolo missionário da igreja antiga, nasceu entre o ano 5 e 10 da era cristão, em Tarso, capital da Cilicia, na Ásia Menor.

Tarso, era uma cidade fronteiriça, ponto de encontro entre o Leste e Oeste, o que possibilitava as trocas comerciais em ambas as direcções.

Paulo descende de uma família de judeus da diáspora, pertencente à Tribo de Benjamim. Irá observar religiosamente a religião dos seus pais, no entanto, sem recusar os contactos com a vida e cultura do Império Romano.

Recebeu a sua primeira educação religiosa em Tarso, tendo por base o Pentateuco e a Lei de Moisés.

No ano 25 d.C, vai para Jerusalém onde aprende a falar e escrever aramaico, hebraico, grego e latim. Conhecimentos que o irão ajudar mais tarde, falando publicamente em grego ao tribuno romano, em hebraico à multidão em Jerusalém (Act 21, 37.40). O seu vasto conhecimento de línguas permite-lhe evangelizar tanto, hebreus, gregos e romanos.

Paulo é considerado “o Apóstolo” por ter sido o maior anunciador do Cristianismos, após a vinda de Jesus Cristo.

No entanto, Paulo antes de se tornar um Apóstolo e servidor de Cristo, era um perseguidor de cristão.

Começando enquanto era jovem, sem idade para poder apedrejar, assistiu ao martírio do Diácono Estevão, o primeiro mártir da Igreja (Atc 8,1). Contudo este acontecimento irá marcar Paulo, pois Estevão enquanto era apedrejado, testemunhou uma visão de Cristo na glória, e orou: E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu.” (Act 7, 60), o que tocou na consciência de Paulo, mas não o suficiente.

Paulo, judeu convicto, perseguia os cristãos, considerando-os como hereges, contrários à verdadeira fé, ameaçando a autoridade religiosa do judaísmo.

No ano 35, a caminho de Damasco, na sua perseguição pelos cristãos, Paulo recebe uma revelação de Cristo, uma visão, onde toma consciência que de que Jesus Cristo representa o fim de todas as coisas, a meta escatológica para a qual tudo converge. Por graça divina, compreende o valor fundamental da pessoa de Cristo, base de toda a criação e de toda a salvação.

3E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.

“4E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?

5E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.

6E ele, tremendo e atónito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.” (Act 9, 3-6).

Após o acontecimento a caminho de Damasco, que esteve na base da sua conversão, Paulo, perseguidor de cristãos, torna-se um novo homem, o mais fervoroso missionário do Evangelho. Paulo irá dedicar o resto da sua vida a Cristo, “Para mim viver é Cristo” (Fl 1-21); “Já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.” (Gl 2,20). Este acontecimento está na base de toda a orientação da vida de Paulo, sendo várias vezes mencionado ao longo das suas cartas ( Gl 1,15-16; 1Cor 15, 8-11; Fl 3,7-14). Devido à sua importância também é referido várias vezes nos Actos dos Apóstolos, (Act 9, 1-19; 22, 3-21; 26, 9-18).

A partir deste monento, Paulo inicia uma nova vida, percorrendo a Ásia menor, atravessando todo o Mediterraneo várias vezes, a fim de espalhar a Palavra de Deus.

Elaborou uma teologia Cristã, e juntamente com os Evangelhos, as suas epistolas são fontes de todo o pensamento, vida e mística cristã.

Realizou grandes viagens apostólicas, sofreu várias prisões e sofrimentos, mas sem nunca deixar de espalhar a Palavra de Cristo. Acabou por sofrer o martírio em Roma, por volta do ano 64-67.

Paulo, grande Apóstolo de Cristo, deixou ao mundo a sua Teologia pela forma de cartas, as quais se considera que formam a Teologia do Novo Testamento.



[1] Ef 1,1

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